O maior desastre ecológico produzido pelo homem está fazendo desaparecer o Mar de Aral , na Ásia , que , segundo especialistas , estaria totalmente seco em 2010. Em muitos filmes de ficção científica e em propagandas terroristas de entidades ambientalistas , o futuro será um lugar devastado e poluído , árido , com escassez de comida e de outros recursos vitais. Para cerca de 55 milhões de pessoas que vivem na bacia do Mar de Aral, na Ásia Central, esse futuro aterrorizante é o duro presente. Em torno desse mar , que na verdade é um lago de água salgada situado entre Cazaquistão e o Uzbequistão, giravam a economia e a vida dessas duas nações e de outras três ex-repúblicas soviéticas. Até o fim da década de 1950 , ele media cerca de 66500 km2 , área equivalente à dos Estados do Rio de Janeiro e Alagoas somados. Era o quarto lago do mundo e fonte de uma grande indústria pesqueira , que garantia a renda e o trabalho. Um verdadeiro oásis em uma região desértica. O que não se sabia naquela época é que o Aral estava iniciando ali seu processo de extinção. A política econômica promovida pelo ditador Josef Stálin nas décadas anteriores e intensificada pelo regime comunista dos anos 1960 foi a principal responsável pela catástrofe ambiental na região. Os líderes políticos quiseram desenvolver as lavouras de algodão por considerar que o produto poderia trazer mais dividendos para a então União Soviética do que a venda de peixes. Para isso, desviaram os rios Amu Daria e Syr Daria , que desembocam no Mar de Aral , para irrigar as plantações. Em alguns anos, nenhuma gota mais de suas águas conseguia chegar ao lago , que começou a secar. Nas últimas quatro décadas , o Aral perdeu 60% de sua extensão e três quartos do volume de água . Quem morava nas margens do lago hoje está a quilômetros de distância da água. A salinidade triplicou desde então, e muitos moradores são levados ao confinamento em casa por dias, às vezes semanas , durante as frequentes tempestades de areia e sal. Alguns especialistas previam que em 2010 o Aral sumirá definitivamente do mapa. Os pesticidas utilizados indiscriminadamente nas lavouras contaminaram os lençóis freáticos . Das quase 200 espécies de animais que eram encontradas nas proximidades do Aral, apenas quatro dezenas sobreviveram. As florestas que cercavam as margens do lago praticamente desapareceram. As consequências da destruição da natureza caíram em dominó sobre a população. Sem a água e os peixes do Mar de Aral , a indústria pesqueira definhou. Sem indústria , a população ficou também sem empregos. "com menos empregos , a renda per capita caiu para um terço . Isso aumentou a pobreza , que por sua vez fez crescer o número de casos de doenças relacionadas à miséria ", diz o líder do Fundo Internacional para Salvar o Mar de Aral, Rim Giniyatullin.
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