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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Os Aracnídeos


O grande grupo dos artrópodes mostra duas linhas evolutivas : a dos antenados , representados por insetos, diplopodos , quilópodos (um par de antenas ) e crustáceos (dois pares de antenas) , e a dos quelicerados. Estes últimas não têm antenas e sim um par de quelíceras, que são apêndices articulados , com várias formas e funções , localizados na região bucal. As quelíceras podem ser inoculadoras de veneno (aranhas) , preensoras (escorpiões) ou , inda estiletes perfurantes (carrapatos) para sugar sangue. A maior classe atual de quelicerados é a dos aracnídeos , com mais de 65 mil espécies, na maioria terrestres. Seus três principais grupos são os aracnídeos, com todas as espécies de aranhas, venenosas ou não; os escorpionídeos, com os escorpiões , e os ácaros. O grupo dos ácaros inclui os carrapatos , que se alimentam de sangue (hematófagos) , e microscópicos parasitas dos folículos pilosos (cravos da pele ) e das camadas profundas da derme de mamíferos (como o causador da sarna). Há uma tendência de considerar os quelicerados um filo; os mandibulados , agrupando insetos e miriápodos (diplópodos e quilópodos ), outro filo; e ainda um terceiro filo, o dos crustáceos. Segundo essa proposta , os artrópodes são desmembrados em três novos filos. É mantido o filo artrópodes , o que simplifica o estudo do grupo, sem a preocupação com discussões filogenéticas. O corpo dos aracnídeos sempre apresenta um cefalotórax e um abdome , podendo existir ainda um pós-abdome ou cauda , como nos escorpiões. O primeiro par de apêndices articulados são as quelíceras. O segundo são os pedipalpos (palpos) , que nas aranhas se confundem com as patas e , nos escorpiões , são as duas grandes pinças preensoras. Ainda no cefalotórax seguem-se os quatro pares de patas . O abdome não apresenta apêndices articulados. Aranhas e escorpiões são predadores que desenvolveram boas adaptações para a captura de insetos, vermes e até vertebrados , como pequenos anfíbios, lagartixas e filhotes de aves. Os escorpiões e muitas aranhas têm potentes venenos que paralisam suas presas. Podem assim , sem resistência , perfura-lhes os corpos e injetar neles seus sucos digestivos. Este é , portanto, um caso típico de digestão extra-intestinal (ou extracorpórea), pois as enzimas atuam fora do corpo do predador. Em seguida , eles sugam uma espécie de pasta já praticamente digerida que será absorvida no intestino. A respiração é feita por filotraquéias (filopulmões), órgãos adaptados à respiração no meio terrestre. Cada filotraquéia é um conjunto de finas lâminas paralelas , que mantêm suas faces externas em contato com o ar e as internas banhadas pelo sangue de lacunas. Através das paredes permeáveis das lâminas ocorre a hematose (troca de gases respiratórios). Isso é bem diferente do que acontece nos insetos , nos quais o sangue não transporta gases respiratórios. A excreção é feita por túbulos de Malpighi , como nos insetos. Há também glândulas coxais , que se abrem na base das patas . Esses dois órgãos eliminam excretas nitrogenados, a guanina e o ácido úrico , o que não implica muita perda de água , como no caso da amônia e da uréia nos invertebrados aquáticos.

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